Em 2025, os Vizinhos em Lisboa afirmaram-se como uma plataforma cívica ativa, exigente e persistente na defesa do interesse público e da qualidade de vida na cidade, articulando propostas técnicas, estudos próprios, subscrições públicas, petições formais e pedidos de informação dirigidos à Câmara Municipal de Lisboa, às Juntas de Freguesia e a várias entidades do Estado.
Ao longo do ano, a ação centrou-se em problemas estruturais da cidade, como a segurança rodoviária, a mobilidade, o ruído urbano, a iluminação pública, a fiscalização económica, o alojamento local, o estado do património histórico, a proteção do arvoredo urbano e a transparência administrativa, recorrendo de forma sistemática aos instrumentos previstos no Código do Procedimento Administrativo e na Lei n.º 26/2016 sobre acesso à informação administrativa.
Foram produzidos estudos próprios com base em dados recolhidos no terreno e em plataformas públicas, como o Barómetro 2025, o estudo sobre o encerramento artificial de ocorrências no “Na Minha Rua”, as análises ao alojamento local entre 2023 e 2025, o levantamento da contratação pública das Juntas de Freguesia, a análise das carreiras da Carris com recurso a inteligência artificial e os projetos RuídoLx e AzulejosLx, sempre com uma abordagem técnica e verificável.
Em paralelo, avançaram dezenas de propostas e subscrições públicas sobre matérias concretas, desde a reposição urgente de árvores em caldeiras vazias, a reorganização do estacionamento e da semaforização, a segurança em cruzamentos perigosos, a recuperação de chafarizes, marcos de correio e cabines telefónicas, até à exigência de prazos claros para remoção de propaganda eleitoral abandonada no espaço público.
A atuação incluiu também um trabalho constante de escrutínio e resposta a entidades públicas, com pedidos de vistoria por risco estrutural, denúncias de incumprimento regulamentar, queixas à Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos, respostas formais à CP, à Infraestruturas de Portugal, à PSP, à ASAE e à Lisboa SRU, bem como reuniões técnicas com gabinetes municipais, nomeadamente sobre contratos de publicidade no espaço público.
A dimensão pública do projeto foi reforçada através do programa “Vizinhos em Lisboa” na Rádio Movimento, que teve várias emissões em 2025, e através de comunicados de imprensa, inquéritos participativos e mobilização direta dos moradores, demonstrando que a cidadania ativa não é retórica, mas trabalho continuado, documentado e muitas vezes incómodo.
Nada disto teria sido possível sem os vizinhos que participaram, responderam a inquéritos, subscreveram propostas, forneceram dados, insistiram em respostas e aceitaram que a cidade melhora quando os cidadãos não se resignam.
Que 2026 seja um ano com ainda mais exigência democrática, mais participação informada e mais Cidadania Activa em Lisboa.