Exmos. Senhores,
Os Vizinhos em Lisboa vêm, por este meio, comunicar a observação de anomalias estruturais relevantes nos muros de contenção e contrafortes do Jardim de São Pedro de Alcântara, voltados para a Rua de São Pedro de Alcântara (junto ao miradouro e escadaria).
Nas inspeções visuais realizadas nos dias recentes, foram detetadas as seguintes patologias:
a. Fissuração vertical contínua ao longo de um dos panos do muro, estendendo-se por toda a altura visível (aprox. 3–4 m), indiciando possível movimento diferencial entre troços ou cedência localizada do paramento;
b. Destacamento e perda de revestimento (reboco e argamassa de junta), expondo o enchimento e a estrutura de alvenaria, o que potencia infiltrações de águas pluviais e degradação acelerada do interior do muro;
c. Fissuras inclinadas junto aos encontros com os contrafortes, sugerindo tensões de empuxo não uniformes e perda parcial de ligação entre elementos;
d. Marcas de escorrência e eflorescências salinas, sinal de infiltração ativa a partir da zona ajardinada superior;
e. Ligeira deformação da guarda metálica no coroamento, possivelmente associada a movimento do terreno de enchimento.
Estas evidências são compatíveis com patologias típicas de muros antigos de contenção de terras, cuja função estrutural é crítica para a estabilidade do terraço superior do Jardim e para a segurança da via pública inferior.
Importa salientar que a alternância entre períodos de seca prolongada e episódios recentes de pluviosidade intensa - observada nos últimos meses - agrava significativamente o risco de instabilidade destes muros.
A retração dos solos durante a seca, seguida de saturação súbita com águas pluviais, origina variações volumétricas e pressões hidrostáticas irregulares, capazes de provocar fissuração adicional e empuxos diferenciais nas alvenarias de suporte.
Face ao exposto, solicitamos:
1. Vistoria técnica urgente por parte dos serviços de engenharia civil da CML, com registo fotográfico e levantamento de fissuração;
2. Monitorização instrumental (fissurometria) para avaliar a evolução das aberturas;
3. Avaliação do sistema de drenagem e impermeabilização superior, que poderá estar a contribuir para a infiltração;
4. Implementação imediata de medidas preventivas de segurança (barreiras, sinalização, interdição parcial do passeio inferior) até à confirmação da estabilidade estrutural.
Aguardamos confirmação de receção e informação sobre o agendamento da vistoria.