“Nos últimos anos, moradores de várias zonas de Lisboa têm vindo a organizar-se para resolver problemas comuns. Agora, pelo menos três destes movimentos de vizinhos decidiram candidatar-se às respetivas juntas de freguesia. Tudo começou com o movimento “Vizinhos de Lisboa”, que garante querer ir além dos partidos
O grupo liderado por Rui Martins tem núcleos espalhados por toda a cidade e promove regularmente inquéritos sobre a qualidade de vida na capital, como o funcionamento de alguns serviços ou o ruído.
São problemas que, segundo declarações de Rui Martins à TSF, vão mudando com o tempo: "Por exemplo, na altura fizemos sobre as medidas contra a Covid-19 ou sobre a qualidade da internet nos vários bairros, hoje não faz sentido."
Rui Martins começou com "este trabalho" voluntário em 2016. Umas vezes mais ativo do que noutras. Por estes dias têm em curso um barómetro "sobre a qualidade de vida em Lisboa: a ligação da casa à escola, os horários da Carris, o estado das ruas, da calçada, o ruído nas zonas de bares e discotecas".
O resultado deve ser divulgado em breve, em plena campanha eleitoral. "Discutimos o que seria melhor, se manter o que estava previsto, se adiar. Decidimos manter o calendário por unanimidade", explicou.
Rui Martins não quer interferir na campanha, "até porque não se fazem pedidos, é uma avaliação feita pelos vizinhos, depois iremos comparar as freguesias", prosseguiu.
"Os Vizinhos" enviam os resultados às juntas de freguesia e à câmara municipal, a autarquia nunca responde, mas "algumas juntas já divulgaram as conclusões nas suas redes".
Rui Martins afirmou ainda não ter dúvidas de que "as pessoas querem mudar, querem intervir", mas "não confiam nos interlocutores formais dos partidos". "Não porque sejam contra as formações partidárias clássicas, até porque há pessoas com ligações partidárias nos núcleos de vizinhos, o que querem é ir além dos partidos."